“A degeneração de um povo, de uma nação ou raça, começa pelo disvirtuamento da própria língua.”

(Rui Barbosa)

Língua portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Olavo Bilac



O Centro de Ciências Humanas da UNIFOR

fez esse blog para alunos, ex-alunos, professores e funcionários, com o objetivo de fornecer dicas de uso da Língua portuguesa e esclarecer dúvidas. Leiam, comentem e/ou solicitem a abordagem de tópicos do seu interesse no espaço reservado para os comentários (que fica logo abaixo das postagens).



sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

PORTUGUES II - AUDIOVISUAL E PUBLICIDADE


O Soneto de Camões postado acima apresenta o recurso da intertextualidade. Descubra com que texto ele dialoga e interprete-o a partir da comparação entre o texto base e ele.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Você sabe a origem da palavra "sincera"?

A palavra SINCERA foi inventada pelos romanos. Eles fabricavam certos vasos de uma cera especial. Essa cera era, às vezes, tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes. Em alguns casos, chegava-se a se distinguir um objeto - um colar, uma pulseira ou um dado -, que estivesse colocado no interior do vaso. Para o vaso assim, fino e límpido, dizia o romano vaidoso:


- Como é lindo! Parece até que não tem cera!


"Sine cera" queria dizer "sem cera", uma qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes e da antiga cerâmica romana. O vocábulo passou a ter um significado muito mais elevado. Sincero é aquele que é franco, leal, verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou dissimulações. O sincero, à semelhança do vaso, deixa ver através de suas palavras os nobres sentimentos de seu coração. SINCERA é uma palavra doce e confiável, é uma palavra que acolhe... E essa é uma palavra que deveria estar no vocabulário de toda alma."


(Malba Tahan)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Equívocos da oralidade

No popular se diz:


"Esse menino não para quieto, parece que tem bicho carpinteiro"

Correto:

"Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro"




No popular se diz:


"Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão."

Enquanto o correto é:

"Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão."


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No popular se diz:

“Cor de burro quando foge.”

O correto é:

“Corro de burro quando foge!”


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Outro que no popular todo mundo erra:

“Quem tem boca vai a Roma.”

O correto é:

“Quem tem boca vaia Roma.”
(Acho a primeira forma mais coerente).

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Outro que todo mundo diz errado,

“Cuspido e escarrado” – quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.

O correto é:

“Esculpido em Carrara.”
(Carrara é uma cidade italiana onde se produz um tipo de mármore perfeito)

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Mais um famoso…

"Quem não tem cão, caça com gato".

O correto é:

"Quem não tem cão, caça como gato… ou seja, sozinho"



Brincadeiras com a língua!

Plural metafônico - o que é isso?

Clique, dê um tempo para o vídeo carregar, e aprenda dando risada!


http://www.youtube.com/watch?v=fJ3NWI3jq3s


Alguns substantivos, além de receberem a desinência -s na formação do plural, trocam a vogal tônica fechada (ô) pela tônica aberta (ó). Esse é o chamado plural metafônico. A palavra vem do grego metafonia [met(a)- + -fon(o)- + -ia] que, em gramática, significa alteração do timbre de vogal tônica fechada para vogal tônica aberta.

Assim,

povo (ô) / povos (ó),
tijolo (ô) / tijolos (ó),
porco (ô) / porcos (ó) etc.

Em que regra devemos basear-nos para não errar na pronúncia? A dica é a seguinte:

1) Se a palavra possui feminino, o plural masculino assume o timbre da forma feminina:masculino e feminino plural

oco (ô) oca (ô) ocos(ô)bobo (ô)
boba (ô) bobos (ô)
lobo( ô) loba (ô) lobos
(ô)novo (ô) nova (ó) novos (ó)
porco (ô) porca (ó) porcos (ó)
choco (ô) choca (ó) chocos (ó)
Exceção: sogro (ô) – sogra (ó) – sogros (ô)

2) Quando há consoante nasal m ou n, o timbre da vogal é sempre fechado:
singular e plural

gomo (ô) gomos (ô)
moço (ô) moços (ô)
pomo (ô) pomos (ô)
colono (ô) colonos (ô)
trono (ô) tronos (ô)

3) Quando a palavra não se encaixa nos dois casos anteriores, é comum a abertura do timbre da vogal o no plural:

singular e plural
globo (ô) globos (ó)
olho (ô) olhos (ó)
porto (ô) portos (ó)miolo (ô)
miolos (ó)osso (ô) ossos (ó)

4) Os substantivos femininos conservam no plural o mesmo timbre do singular:
singular e plural

arroba (ô) arrobas (ô)
bolha (ô) bolhas (ô)
boda (ô) bodas (ô)
folha (ô) folhas (ô)
moda(ó) modas (ó)
peroba (ó) perobas (ó)
sova (ó) sovas (ó)

Na medida em que ou À medida que?

Observe os exemplos:

a) À medida que convivemos com pessoas, tornamo-nos mais maduros.
b) Na medida em que convivemos com pessoas, tornamo-nos mais maduros.

As duas expressões “à medida que” e “na medida em que” são locuções conjuntivas, ou seja, juntas, possuem valor de conjunção. Portanto, essas locuções têm como objetivo ligar duas orações.

A pergunta é: Qual das duas orações acima é a correta?
Apesar de funções iguais, “à medida que” tem emprego semântico, ou seja, de significado, diferente de “na medida em que”. Veja por quê:

À medida que é uma locução conjuntiva proporcional, logo, expressa ideia de proporção. Esta aí a explicação do por que essa expressão pode ser substituída por “à proporção que”. Uma oração que contenha “à medida que” é subordinada à principal e mantém uma comparação com a mesma de igualdade, de aumento ou diminuição. Confira:

a) À medida que nós subirmos, ficaremos mais cansados, porque o ar é rarefeito.

b) Ele foi se acalmando à medida que as boas notícias chegavam.

Na medida em que é uma locução conjuntiva causal, logo, haverá noções de causa/consequência ou efeito nas orações que tiverem tal expressão. Pode ser substituída pelas equivalentes “uma vez que”, “porque”, “visto que”, “já que” e “tendo em vista que”. Veja:

a) Nós precisamos ler mais na medida em que crescemos, pois temos maior entendimento ao passar dos anos. (visto que)

b) A pesquisa dever ser feita antes de dezembro na medida em que vamos estar de férias nesse período. (porque)

Portanto, se ficar em dúvidas, é só substituir as locuções por formas equivalentes e observar se a oração não perdeu o sentido pretendido. Quanto às orações iniciais, as duas estão corretas gramaticalmente, mas, como vimos, possuem sentidos diferentes:

1. À medida que convivemos com pessoas, tornamo-nos mais maduros.

Ou: Tornamo-nos mais maduros à proporção que convivemos com pessoas.

2. Na medida em que convivemos com pessoas, tornamo-nos mais maduros.

Ou: Tornamo-nos mais maduros porque convivemos com pessoas.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (2009)


O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 2009 foi elaborado para uniformizar a grafia das palavras dos países lusófonos, ou seja, os que têm o português como língua oficial. Ele entrará em vigor a partir de janeiro de 2009.

Os brasileiros terão quatro anos para se adequar às novas regras. Durante esse tempo, tanto a grafia hoje vigente como a nova serão aceitas oficialmente. A partir de 1 de janeiro de 2013, a grafia correta da língua portuguesa será a prevista no Novo Acordo Ortográfico.O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 2009 foi elaborado para uniformizar a grafia das palavras dos países lusófonos, ou seja, os que têm o português como língua oficial. Ele entrará em vigor a partir de janeiro de 2009.

Os brasileiros terão quatro anos para se adequar às novas regras. Durante esse tempo, tanto a grafia hoje vigente como a nova serão aceitas oficialmente. A partir de 1 de janeiro de 2013, a grafia correta da língua portuguesa será a prevista no Novo Acordo Ortográfico.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010